
O
balneário russo de Sochi começa nesta quinta-feira a contagem
regressiva de 365 dias para os XXII Jogos Olímpicos de Inverno, que já
são os mais caros da história, uma vez que deverão consumir mais de US$
50 bilhões para sua realização.
A intenção da Rússia é dar na cidade, localizada próxima
ao Mar Negro, o primeiro passo para que o país passe a ser o centro
esportivo mundial. "Quando terminar a Copa do Mundo do Brasil, todos os
olhos estarão voltados à Rússia", explicou o ministro dos Esportes,
Vitaly Mutko.
Alijada das disputas para sediar eventos esportivos,
primeiro por motivos políticos, depois por razões econômicas, o país
receberá neste ano a Universíade e os Mundiais de Atletismo, em 2014 os
Jogos de Sochi, e em 2018 a Copa do Mundo.
A abertura das Olimpíadas de Inverno acontecerá no dia 7 de fevereiro do próximo ano; já o encerramento será no dia 23.
O evento é a "menina dos olhos" do presidente Vladimir
Putin, grande incentivador dos esportes de inverno, que quer transformar
Sochi em um dos estandartes do atual desenvolvimento econômico e social
do país.
Em 2007, Putin foi pessoalmente à Guatemala com a missão
de persuadir o COI de que a cidade era o lugar ideal para receber os
Jogos de Inverno.
O Governo do país gastará mais de US$ 50 milhões,
segundo o vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Kozak, dos quais o Comitê
Organizador gastou quase US$ 38 milhões.
Segundo os dados oficiais, a maioria das despesas está
relacionada não com instalações esportivas, mas com infraestrutura
(aeroporto, trem rápido, estradas, 22 túneis).
Ainda de acordo com a organização, os investidores privados serão responsáveis por mais da metade do orçamento.
O valor é quase cinco vezes maior do que a previsão
anunciada inicialmente. A justificativa é que todas as instalações
esportivas e a infraestrutura olímpica tiveram que ser construídas do
zero.
Aproximadamente 70% das obras já foram concluídas, com
isso, durante os próximos 12 meses, os trabalhos estarão concentrados na
construção de hotéis e na conclusão das obras nos setores de
transporte, energia e telecomunicações.
Sochi, a cidade mais quente a receber os Jogos de
Inverno, já vem recebendo diversas competições internacionais, que
valeram elogios de atletas e do COI.
Contudo, as notícias não são somente positivas, já que o
presidente do Tribunal de Contas da Rússia, Sergey Stepashin, denunciou
o desvio de verbas públicas destinadas aos Jogos.
Por isso, em meados de janeiro, foi criada uma comissão
estatal para a organização dos Jogos de Sochi 2014, que exercerá o
controle executivo dos preparativos e realização do evento.
Outro ponto de preocupação para as autoridades russas é o
legado dos Jogos, já que Sochi é uma cidade considerada excessivamente
cara para a maioria dos russos.
Mutko garante, no entanto, que todas as instalações
esportivas se transformarão em centros de alto rendimento e em bases de
treino das seleções nacionais, tanto dos esportes de inverno como dos de
verão.
Em particular, o Palácio Iceberg de Patinação poderia
ser transformado em um velódromo, enquanto outros recintos podem ser
adaptados para receber esportes como natação, saltos ornamentais, tiro,
remo ou vela.
Um dos complexos olímpicos estará situado ao nível do
mar e receberá o centro de imprensa, a vila dos atletas, estádio, cinco
pavilhões cobertos. Outro local de ventos terá todas as modalidades
olímpicas disputadas sobre a neve.
Quanto a quantidade de neve durante os Jogos, o prefeito
de Sochi, Anatoly Pakhomov, descarta qualquer problema como os
ocorridos em Vancouver, em 2010. "Não estamos preocupados com neve.
Temos mais neve natural em fevereiro do que Vancouver, além disso, cada
instalação tem sua máquina de neve".
Sochi pretende explorar a proximidade das montanhas
nevadas e com a costa do Mar Negro para ampliar o turismo durante todo o
ano. O local ainda carrega forte marca histórica, já que era o local
favorito de descanso dos governantes russos, desde a era dos czares.
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